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Foto do escritorDra. Débora Ventura

O melhor exercício do mundo

Atualizado: 20 de ago. de 2022


Confesso que fui ousada no título deste texto. Mas também preciso admitir que não encontrei uma definição melhor para essa atividade, pensando em todos os seus benefícios.


É claro que cada indivíduo deve ter seu exercício prescrito individualmente, de acordo com suas habilidades e limitações, objetivos, gostos e possibilidades. Mas a caminhada, sem dúvida, é a atividade física mais democrática. Com seus mínimos riscos e inúmeros ganhos, é o exercício mais prescrito e possivelmente o com maior número de praticantes.


Do indivíduo jovem e perfeitamente saudável até o paciente saindo do leito depois de uma cirurgia: todos se beneficiam com alguns bons passos dados com ritmo e respeito à sua condição.


Uma pesquisa recente comprovou que apenas 10 minutos de caminhada por dia previne 110 mil mortes anualmente entre pessoas acima de 40 anos.


A caminhada melhora o funcionamento de todos os sistemas do corpo. Fortalece ossos, músculos, coração e pulmões. Auxilia na perda de peso, na diminuição da pressão arterial e do colesterol, e reduz o risco de diabetes, doenças cardíacas e câncer. Estimula a liberação de hormônios de bem-estar, ajuda na qualidade do sono, diminui o inchaço, estimula o cérebro e melhora a memória.

E mais que isso: caminhar é um exercício benéfico até mesmo socialmente. Tenho um paciente que conheceu sua esposa fazendo uma de suas caminhadas matinais. E uma amiga próxima que voltou a ter um bom relacionamento com sua irmã depois que começaram a caminhar juntas. Acredito que a enxurrada de hormônios de bem-estar, associada a respirações mais profundas (que trazem calma para a mente), tenha contribuído para fortalecer o vínculo entre elas.




Músculos importantes são ativados a cada passo. Com isso, são fortalecidos e, ao serem contraídos, impulsionam o sangue com mais intensidade pelos vasos. Assim, além de uma postura melhor, conquista-se circulação de mais qualidade. O coração, músculo que bombeia o sangue, recebe um maravilhoso estímulo para o seu funcionamento, bombeando melhor o sangue para todo o corpo. Os pulmões se expandem e recebem mais oxigênio através das respirações profundas realizadas durante o exercício.


De acordo com um relatório especial emitido pela Universidade Harvard, 22 minutos de caminhada por dia podem reduzir em até 30% o risco de doenças cardíacas.

Os ossos recebem o estímulo do impacto de cada passada, o que é extremamente benéfico para que fiquem mais fortes e absorvam mais cálcio, prevenindo assim a osteopenia e a osteoporose. O impacto é comprovadamente essencial nesse processo de aumento de densidade para o sistema ósseo.



Muitos estudos também relacionam a atividade de caminhar com a saúde cerebral. Já foi comprovada a sua relação com o aumento de massa cinzenta, com a prevenção de demência e Alzheimer, e até com a melhora do humor. Para tanto, é especialmente interessante que a caminhada seja em meio à natureza, segundo pesquisas recentes.

Mas o mais interessante da caminhada é que sua prática não exige grandes conhecimentos técnicos, nem demanda equipamento especial ou lugar específico. É, em geral, uma atividade familiar para a maioria das pessoas, que pode ser feita com vestimentas e calçados simples – ou até descalço – em praticamente qualquer lugar. Até mesmo dentro de casa, cinco minutos de caminhada já trazem benefícios para o praticante. O importante é se movimentar.




Certamente, se for possível fazer caminhadas mais intensas ou mais longas, os benefícios podem ser ampliados. E algo interessante nessa atividade é que ela pode ser fracionada, por exemplo, em frações de 10 minutos ao longo do dia.


Mas, lembre-se: é importante conversar com seu médico antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios. Além disso, a qualquer sinal de dor, a atividade deve ser suspensa ou a intensidade reavaliada.


Em geral, a caminhada não envolve muitos riscos. Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, é uma das atividades com menor risco de lesões.


Se a condição física permitir, vale a pena testar e observar os benefícios aparecerem na sua rotina. Como qualquer novo hábito, o mais difícil é começar. Depois, com tanta coisa boa envolvida na prática dessa atividade, vai ser fácil continuar!



Débora Ventura é fisioterapeuta. Especializada em medicina tradicional chinesa pela Universidade de Shandong, China. Pós-graduada em Osteopatia, pelo IDOT, e Acupuntura, pelo CIEPH. Fundadora da Clínica Ventura, em Florianópolis, atua há 20 anos com terapias integradas.

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