Sou uma mulher jovem de 44 anos, meus pais são jovens (para mim, sempre pareceram ser), pois são apenas 20 anos mais velhos do que eu. Aqueles jovens de 20 anos se tornaram pais lá no final dos anos 70 e foi aí que tudo começou.
Passou-se um tempo até chegarmos aqui neste texto, feito de coração leve e mente reflexiva, um jeito sincero sobre uma ficha que caiu: “o Dom de envelhecer junto com nossos pais”.
Sou da Geração X, como costumo dizer: “a Geração X, que chutou o balde”, uma vez que fiz uma transição de carreira aos 37 anos e recomeço todos os dias com a cabeça cheia de ideias e a alma corajosa, que dança junto com os medos que me assombram.
Somos uma geração de filhas e filhos que cresceram empreendendo na vida, independentemente da profissão, simplesmente porque nossos pais nos ensinaram bravamente o valor da liberdade:
“Cresça, minha filha, e seja independente. Conquiste seu espaço no mundo, viaje o mundo o quanto puder, estude e trabalhe, mas não se esqueça de crescer e voar”.
Muitas de nós seguimos esta influência com grande motivação e nos tornamos mulheres ou homens ocupados, envolvidos com muitos projetos e sempre em movimento. Tivemos mais acesso ao conhecimento, nos preparando para as oportunidades, criando possibilidades.
Nossos pais e avós, por sua vez, são aqueles que construíram uma base forte, não só falando de questões financeiras, como patrimônio (pois são a geração da casa própria, da segurança, do emprego público ou da empresa familiar), mas também reforçando a base de “valores”, aquilo que por muito tempo foi inegociável em nossas conversas (aliás, será que tínhamos real tempo para boas conversas?), como: falar sobre envelhecer, como e onde envelhecer.
Comecei falando sobre o quanto me sinto no auge dos meus 44 anos exatamente porque comecei a sentir, nos últimos tempos, um movimento sobre o futuro dos nossos pais, que envolve conversar mais, ouvir mais, trocar mais, cuidar mais e, consequentemente, tomar mais decisões.
Recentemente, minha mãe comentou que toparia se mudar de seu apartamento (de onde ela já havia declarado que não sairia mais) para um novo lugar, considerando aqui uma visão de mulher de negócios, pois os imóveis estão mais valorizados e há novos empreendimentos imobiliários que são verdadeiros investimentos, alinhados à conforto, comodidade, senso de comunidade e bem-estar.
Quando conheci a proposta da DOM, escutei as empresárias idealizadoras contarem sobre o propósito de “dar vida aos anos” com um brilho no olhar, um olhar empático e amoroso às pessoas que gostam de morar sozinhas, que gostam de suas rotinas e que valorizam a independência.
Na vida corrida que levamos, somada às crenças que muitas vezes nos limitam, percebo (especialmente em minhas clientes de mentoria) a grande dificuldade que a maioria dos filhos tem em tomar qualquer decisão frente a essa questão.
A tomada de decisão, que pode ser difícil e complexa, pois envolve vários critérios, além de nossa cultura enraizada de procrastinarmos planejamento de vida, é, na minha visão, algo que não pode ser adiado por muito tempo pelo simples fato de que devemos decidir hoje para que os anos seguintes sejam melhores.
Na minha opinião, existe ainda um estigma dos lares de idosos, com um tom de “abandono dos pais” e a proposta da DOM é justamente o contrário disso. É dar a certeza de que os pais, quando mais idosos, estarão no melhor lugar que eles poderiam, com conforto e suporte para os anos que ainda estão por vir. É um upgrade para quem está em idade avançada e não o contrário. Unir uma vida independente com um a possibilidade da vida assistida em um único lugar conversa com um valor que vibra dentro de mim: podemos tudo e mais um pouco. Não é sobre ou isso ou aquilo, e sim sobre e isso mais aquilo.
Qual estilo de vida você escolhe viver? Fez tanto sentido ouvir as idealizadoras da DOM e conhecer este lindo projeto, desenhado para a experiência do estilo de vida sênior!
Antes mesmo de pensar na minha mãe ou nos meus sogros, eu visualizei a minha própria versão sênior com a conveniência da DOM. Claro que eu ainda estou naquela fase de viver em um condomínio que atende família, gato, cachorro, crianças e amigos barulhentos para as churrascadas de fim de semana. Mas por que não um senior living para os meus pais e para o nosso futuro?
Como olhar para a vontade de mudar, de crescer e aprender em diferentes fases da vida? Essa é a grande reflexão que me tocou nesse dia. Ouvir, ampliar a visão e estar próximo é o que faz o coração se sentir seguro. O que precisamos é nos sentir seguras, sem deixarmos de ser livres. Afinal, esse tem sido o verdadeiro legado dos nossos pais.
Dar mais vida aos anos que vêm pela frente é estar presente agora. Seguimos construindo juntas nossas histórias. Tudo muda tão rápido… Como aproveitar que estamos envelhecendo, ou melhor, evoluindo, com nossos pais?
Beijo no coração de todas as filhas, em especial, que leram este artigo até aqui.
Meu abraço carinhoso a todas às mães e avós que deixam cada dia mais forte o legado na vida de todas as Guerreiras que Dizem Sim para Si mesmas.
Chai Carioni é escritora, empresária, mentora e influenciadora. Autora do best-seller “Guerreiras dizem sim pra si mesmas”, busca, através dos seus ensinamentos, empoderar e formar líderes mulheres.
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